28.9.07

Galápagos, Equador

Após dez dias a viver nas Galápagos, sem acesso à Internet - acordávamos às 6h da manhã para apanhar uma lancha para as diferentes ilhas do arquipélago, onde nos questionávamos o dia inteiro se estaríamos a sonhar -, e antes de escrevermos o que sentimos, vejam pelos nossos olhos…

(Adorámos regressar a Quito e ler todos os vossos comentários. Atenuam a saudade. Obrigado!)

Lobos marinhos das Galápagos


Esta foi a primeira imagem quando desembarcámos na praia de Bartolomé.
Para a mana Gracinha.

Dois Olhares



Ilha Bartolomé, Galápagos.

Pinguim das Galápagos


Pinguim a caçar um cardume. Momento National Geographic!

Pinguim das Galápagos


Para a Ana.

Bartolomé, Galápagos


Lobo marinho e pinguim ao fundo.

Lobo marinho, Bartolomé


Ilha Bartolomé, Galápagos


Um Paraíso.

Tartarugas Gigantes

Esta espécie de tartarugas chama-se Galápagos. Deram o nome ao arquipélago.
Que felicidade estar aqui!

Tartarugas Gigantes


Genial!

Infantário de tartarugas gigantes, Galápagos

Tartaruga gigante com três semanas.
Para a Inês.

Tortuga Bay, Galápagos


Reconhecem o local dos programas da National Geographic? Esta é a praia onde as tartarugas marinhas adultas põem os seus ovos e as recém nascidas correm para o mar depois de 30 dias de esforço a escavar a areia.

Playa Mansa, Santa Cruz, Galápagos


Entardecer.
Para o Joao Tiago.

Iguana marinha, Galápagos




Iguanas Marinhas, Galápagos


Não é bem medo... é respeitinho!

Patolas patas azuis, Isabela, Galápagos

Mercado do peixe de Porto Ayora, Santa Cruz, Galápagos


O Caos!

Mercado do peixe em Porto Ayora, Santa Cruz


Lobos Marinhos, Galápagos

Para a Dénia.

Lobos Marinhos, Galápagos


Plazas, Galápagos

O Planeta é mesmo de todos...

Plazas, Galápagos


Curiosidade infantil.

Plazas, Galápagos


Mãe e filho.
Para o Pedro e Clarinha.

Ilha Plazas, Galápagos


Mãe e filho (versão com penas)

Olhem com atenção.


Dani, vai lá apanhar um destes!

Tubarões de pontas brancas. Ilha Isabela, Galápagos


19.9.07

A sair de Cuba


Pela primeira vez em 11 dias sinto-me com tempo. Não aquele tempo a que nos habituámos a chamar tempo, mas aquele que nos habita por baixo da pele. Que só é possível se quisermos que aconteça.

Agora sim. Sinto-me a começar. E Cuba é, sem querer, um segredo meu.

Imaginava-me uma pessoa informada. Sabia do Fidel, do Che, do embargo, da Revolução, das datas, do regime político, do racionamento. Que me pediriam roupa, canetas, sabão… Conheço-me. Sabia que Cuba me impressionaria. Afinal…
Não. Sabia. Nada. E talvez por isso o silêncio.

Sinto um orgulho enorme em ter estado em Cuba. Em ter partilhado os dias com o Bernardo, a Lola, o Ascânio, o David. Pessoas que nos ajudaram a ver o lado de dentro do mundo.
Ainda bem que temos um Blogue. Ainda bem que o Luís me convidou para contar histórias do mundo no Miniscente, sem qualquer regra ou obrigação. Ainda bem que somos dois. Ainda bem que estou aqui.
C.

"Los viajes son los viajeros". Fernando Pessoa.



Enquanto escrevia este texto o Miguel descobriu outro.

Viñales, Cuba

Lola e Roberto. R., obrigada por nos teres falado deles! Foram uma verdadeira família.

Viñales, Cuba


O café.

Viñales, Cuba

O melhor café e um "Puro" suave para a menina.

Viñales, Cuba

Um fuerte para o muchacho.

Trinidad, Cuba


Música. Um prolongamento do corpo.

Havana. A caminho do aeroporto


Esse absurdo primeiro mundo.

18.9.07

Hasta Siempre Cuba


Enquanto tirava esta fotografia não reparei numa senhora de idade avançada que esperava pacientemente que eu escolhesse o melhor enquadramento para então poder prosseguir o seu caminho.

- Perdon señora no habia reparado que estabas esperando.
- No te preocupes hijo mio, primero tira tu foto de El Comandante!

Sorriu-me, respondendo com um orgulho indisfarçável na voz e no olhar. Era velha, muito velha, o cabelo todo branco, os ossos salientes, as rugas, a pequenez, emprestavam-lhe a idade. Talvez oitenta anos. Talvez mais. As roupas pobres, os sapatos rotos e gastos como a pele, os sacos de plástico quase vazios que transportava nas mãos, as costas para sempre arqueadas, sugeriram-me uma vida de trabalho árduo, cheia de dificuldades e carências. Seria suposto, para mim, um português filho do pós 25 de Abril, um cidadão da união europeia, que estas pessoas que pouco têm e com tão pouco vivem, odiassem o Homem que comanda o destino do seu país há quase cinquenta anos. E no entanto não é isso que observo. Sinto nos seus olhares e nas respostas que me dão no abrigo da intimidade das suas casas particulares, um respeito e uma admiração genuína por um símbolo de uma Revolução que começou com a melhor das intenções. Liberdade e Igualdade para Todos. Depois… depois temos a História, que depois, quando o tempo deles e o nosso passarem, nos julgará a todos, deixando escrita, como sempre, a verdade dos vencedores.

Prometi a mim mesmo que nunca escreveria sobre política neste espaço. Pelos riscos que tal implica, pela falta de privacidade, pela falta de intimidade, por não me conhecerem bem, por ser mal interpretado, para não ser descontextualizado ou mal citado, pela falta de um olhar à minha frente.

Estou a faltar à minha promessa, “pêro todo es politico” diz-me o Ascânio, o meu novo amigo, 100% cubanito, como gosta de se auto-intitular, companheiro de mojitos e nosso chef de cozinha particular durante os últimos dias em Trinidad. E em Cuba esta é uma realidade ainda mais verdadeira. Não pretendo escrever nenhum manifesto. Tenho perfeita consciência que estou num regime ditatorial feroz e castrador da liberdade individual. “Todas las ditaduras son malas no importa las ideologias que lo sustenten” confidencia-me sinceramente outro amigo cubano durante o jantar. Quero apenas escrever e partilhar um pouco do que vi.

Vi mães que pediam leite para os filhos, vi o que é o racionamento pela primeira vez na minha vida, vi prateleiras e lojas vazias, vi uma economia paralela, vi carros podres que se arrastam nas ruas deixando atrás de si um rasto de fumo negro, as estradas esburacadas, a falta de sinalização, que não se desperdiça nada, que a necessidade aguça o engenho, vi o assédio e a prostituição implícita, o medo de falar, a propaganda, a omnipresença policial, o controle estatal, a prepotência militar, o mestrando em Sociologia que convidamos para almoçar e que envergonhado pede folhas, esferográficas e disquetes em vez de comida.
Mas também vi:
uma população educada, escolaridade obrigatória e gratuita, igual para todos os cubanos a partir dos três anos de idade, assistência médica sem custos para todos, que se é médico por vocação e por querer ajudar o próximo e não por qualquer status ou interesses financeiros porque muitas vezes o médico pede a comida que não tem ao camponês que mora ao lado, vi uma cultura efervescente, galerias de arte cheias, espectáculos de dança de grande qualidade, ouvi música em todo lado, vi que um tratador de cavalos que vive no vale mais isolado ou um simples torneiro mecânico têm mais consciência social e política que qualquer recém-licenciado em Direito de uma qualquer Universidade em Portugal, vi o orgulho, hoje possível, do pequeno camponês, nas suas três filhas, todas licenciadas. Não vi racismo, vi um povo mestiço. Vi Humanidade.

Vivi durante uma semana no bairro mais pobre e degradado de toda a minha vida. Vi crianças lindas. Vi sorrisos sinceros. Vi dignidade no olhar. Senti esperança.

Deixo Cuba com muito mais dúvidas do que quando aqui cheguei. Apenas tenho uma certeza: que compreendo muito melhor o médico argentino, Ernesto “Che” Guevara, se há gente que merece uma Revolução, são estas pessoas.
Miguel Sacramento




Trinidad, Cuba


Dois bons amigos, Andre e Manuel.

Viñales, Cuba


Um "Puro" cubano

Havana. O Silêncio Vence

Para ler no Miniscente.

11.9.07

Havana

Começar por Havana é como entrar num mundo antes do tempo. É diferente de tudo o que conhecemos.
Como estamos a dormir numa casa particular o acesso à internet é muito difícil e caro. Só quem fica hospedado num bom hotel pode usufruir desse luxo. Nós temos outros: comida crioula e uma família carinhosa que, sem saber, nos diz que um oceano é muito pouco para nos sentirmos longe de casa.
Nestes próximos dias vamos apenas… desfrutar.
Partilhamos com fotografias um pouco do que temos vivido:

Havana Vieja


Que momento!

Havana Vieja

A comprar os jornais La Gramma e Juventude Rebelde

Centro Havana


Passeando o Che

Centro Havana


O Capitólio

Havana Vieja


Canal de Havana

Havana

Hasta La Victoria. Siempre.