31.5.08

A descer para o Nepal





Esta foi a estrada que já passámos na vida que provocou as maiores descargas de adrenalina na nossa corrente sanguínea (mais do que a A8!!). Foram as últimas fotografias que tirámos antes de chegar a Kathmandu, no Nepal. Devido a vários dias sem electricidade, com os cartões de memória cheios, baterias das máquinas descarregadas e uma tempestade com chuva torrencial, não temos fotografias que mostrem o resto deste longo dia. Depois desta estrada chegámos à fronteira, onde as autoridades chinesas não nos fizeram a vida fácil. Após mais de três horas, quinhentas mil perguntas e de terem revistado TUDO o que havia para revistar, lá conseguimos que todo o grupo tivesse o passaporte carimbado e autorização para passar a fronteira! A seguir as chuvas provocaram uma derrocada que bloqueou a estrada forçando-nos a outra espera de horas desta vez em terra de ninguém (entre o Tibete e o Nepal). Depois ainda passámos a parte pior e mais perigosa da estrada (com o Shumacher ao volante) numa carrinha de 9 lugares (segundo os parâmetros Nepaleses com capacidade para 20 pessoas!) até chegarmos ao Nepal. Após conseguirmos o visto e todas as formalidades estarem tratadas ainda tivemos que regatear por um carro particular que nos levasse até Kathmandu, pois a esta hora já não havia qualquer transporte público. Quando pensávamos que já só nos restavam 4 horas de viagem para descansarmos de tudo isto, fomos confrontados com a realidade deste País: bloqueios de estrada de 10 em 10 Km para tentar extorquir dinheiro por parte de milícias, civis, polícias e militares. Valeu-nos o Nazeem, o nosso condutor: o "tipo" com mais paleio do mundo que, sempre com um sorriso e falinhas mansas, nos levou até Kathmandu sem termos que ceder as estas pressões.
Foi um dia muito longo!




7 comentários:

Nélinha disse...

Deste vosso Baleal - um pouco cinzento mas onde se respira mar -onde me encontro não pude deixar de sorrir com a vossa crónica (agora que a distância no tempo e no espaço aumentou...) Não sei se alguma vez me convenceriam a viajar por essa sinuosa estrada de montanha! Vou-me (vamo-nos) satisfazedo com a viagem virtual.Mas, tal como a vós, esta viagem dentro da Viagem não nos deixou incólumes - os dias de apreensão de quem de longe seguia na caravana,a afabilidade/sofrimento do povo,a barbaridade e prepotência do opressor, a imponência e grandiosidade da austera paisagem oferecida por uma Natureza que a mão do homen ainda não maculou, também perdurarão na nossa memória.
Beijinhos!

Ana rr disse...

Clara e Zé:
Depois de um longo silêncio, escrevo-vos um pouco. É realmente um orgulho acompanhar, ainda que à distância e tantas vezes em silêncio, a vossa viagem pelo mundo e pelo interior de vocês próprios. Essa é, seguramente, a melhor viagem que estão a fazer - e que não acabará jamais. É curioso que, no número 2 da GINGKO entrevistei o Carlos Quintas, um ex-empresário muito bem sucedido que se converteu ao budismo e esteve 4 anos num retiro budista no sul de França. Que me falou dessa experiência mas também da revolta que sente pela situação que se vive no Tibete (se puderem, leiam uma pequeníssima parte da entrevista no site www.gingko.pt. Vão á secção EU MUDEI.) Envio-vos o pdf da entrevista para o mail. Nós por cá estamos bem, também com as nossas viagens interiores. O projecto da revista está a correr bem e a cada dia fico com mais certezas de que há tantas pequenas coisas que podemos fazer para mudar o mundo. Tenho a cabeça e o coração a fervilhar. Como sabem, penso muito na fome, nas fomes: a casa, a saúde, a educação, as essenciais. Mas – não menos importante – a fome de conhecimento, de esperança, de possibilidades, de sonhos, de carinho. Fome de confiança: essa não dá para esquecer. Acredito cada vez mais que a violência nas cidades, nos campos, no mundo, não é fruto da fome de comida, mas sim da fome de sentido, de esperança, de dignidade, de afecto. É preciso mudar isso. Julgo que a revista pode dar uma ajuda. Estou desejosa que venham. Quero uma entrevista em PRIMEIRA MÃO!
Um grande, grande beijo.
Um abraço do Luís e dos nossos pestinhas!!!!

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